
(bonito, foi saborear o momento, mas já se fica com uma pequena ideia, e recordação)
(bonito, foi saborear o momento, mas já se fica com uma pequena ideia, e recordação)
É incrível como elas nos perseguem dia após dia mesmo quando se pensa que ficaram para traz: ou porque nos voltam a relembrar, ou porque teimam em nos atirar o passado à cara... Independentemente do que se faça, do que se mostre, do que se construa, há sempre alguém que vem e nos atira com mais uma pedra que já se pensava perdida. É triste, ainda mais de quando é de quem se esperaria mais apoio.
Talvez seja apenas por coincidência mas aquela linha que balanceia de um lado para o outro que tecnicamente representa o batimento cardíaco, os nossos sinais de vida, também poderia muito bem representar a vida de cada um: com altos e baixos, mais apressada, mais suave, mais ordenada, mais irregular... E se por acaso a vida começa a parar, a ficar monótona, a não ir nem para um lado nem para o outro, sentimo-nos a desaparecer... Coincidência ou não, quando aquela linha começa a parar, sem ir para um lado ou para o outro, também nos sentimos a desaparecer... Deixemos essas linhas para os cadernos e afins.Por que lado, por que caminho, tantas opções, tantas escolhas, todas vão dar a sítios diferentes, todas vão dar à mesma questão: O que faço eu aqui?
Desde que tomamos consciência de que existe um “eu” que nos começamos a perguntar quem é este “eu” e que faz ele aqui. Crescemos, vivemos, estudamos, trabalhamos para sermos melhor, para nossa realização pessoal, para nos sentirmos bem, por necessidade, mas a duvida continua a persistir: Que faço eu aqui neste mundo? Porquê é que aqui estou? Qual o sentido de tudo isto?
Estas perguntas intrigaram-me a primeira vez que tive contacto com a filosofia. Nessa altura, estava no 11º, e lembro-me que aquela mulher que ali estava a dar a aula disse-nos, quase que num tom de ironia, que podíamos não estar a ligar para nada do que ela dizia, mas que nos iríamos questionar e a resposta, teríamos que ser nós a encontra-la. Na altura, não entendi bem o que queria ela dizer com isso...
Acredito que tenho uma resposta, acredito na resposta que tenho, mas penso se mesmo assim alguma vez deixarei de me perguntar porque estou aqui… Afinal de contas, não vivemos para sempre e a maneira como agimos irá marcar aqueles que nos conhecem, mas mesmo esses desaparecerão um dia… mesmo os grandes monumentos são efémeros.

Finalmente algum descanso... Um descanso do descanso! Dois dias longe da capital do norte, dois dias perto do mar, num sitio extremamente calmo... sem computador, sem televisão, sem sofá...
No meio do mar imenso navegamos,

...e assim começa mais um Blog na net.
Desprovido de ideias e ideais. Sem divulgação ou publicidade. Sem nada por onde se pegar, sem ninguém para o ler. Apenas palavras que no final não resultam em mais do que centenas de bits e bytes que vagueiam pelo espaço, perdidos num servidor distante que ninguém conhece ou jamais viu.
Palavras... sozinhas nada significam. São apenas pequenos símbolos impressos num teclado pressionado freneticamente por quem deseja escrever depressa. Sem qualquer sentido a não ser o que nós lhes damos. Pois uma palavra sozinha no universo nada significa. Nem mesmo as que estão carregadas de imenso poder e sentimentalismo. Sozinhas, não passam de pequenos e ínfimos rabiscos, e no entanto podem criar mundos e destruir nações. Podem criar laços ou destruir o amor. Podem criar muros ou ultrapassar fronteiras.
As palavras, por si só, nada fazem, tal como a nossa vida, sozinhos, nada significa. Tal como este blog... desprovido de ideias e ideais, perdido num mundo de uns e zeros.
Com três pontinhos começamos, com três pontinhos acabamos... a nossa existência, não passa de uma palavra num imenso texto...