2006-05-14

... a nossa caravela

No meio do mar imenso navegamos,
Percorrendo as ondas da nossa vida.
Com força, coragem, nos consagramos,
Assim é, a nossa caravela dirigida...

Pela penumbra da noite, pelo sol do dia,
Pelos mares tempestuosos, pelas águas da alegria,
Com rumo, sem rumo, definido à partida,
Assim vai, a nossa caravela dirigida...

E no auge, todos nós procuramos,
Ao longe na terra prometida...
O Bom Porto, para sempre atracarmos,
O que nos vai complementar a vida!

E assim, de alma completa,
Ancorada na paixão sentida,
Grandiosa, a viagem do poeta,
Assim foi, a sua caravela dirigida...

Penso... algum dia deixarei de navegar?

2006-05-04

...momentos...

Como sempre, almocei, fui ao café, li o jornal. Um pouco de rotina nesta vida sempre em mudança. Não que a vida seja agitada, mas cada momento que vivemos é único... não se volta a repetir. A rotina... apesar de ir sempre ao mesmo café, de ver sempre as mesmas pessoas, de ler sempre o mesmo jornal, de me sentar sempre no mesmo sítio, nunca é igual. As notícias, apesar de semelhantes, vão mudando... as pessoas vão-se vestindo de maneira diferente... algo muda sempre.

Ao folhear o jornal, uma crónica chamou-me a atenção. Falava precisamente dos momentos únicos que acontecem na nossa vida e de muitas vezes não nos apercebermos deles. Hoje aconteceu um daqueles momentos engraçados que só acontecem uma vez na história. Ainda no início deste dia, se víssemos as horas e a data com 2 dígitos cada, no momento certo, iríamos ver algo assim: 01h02m03s – 04/05/06.
Foi menor que um suspiro, quase tão rápido quanto um piscar de olhos... esfumou-se para sempre no tempo mas existiu. E durante a sua curta existência foi um momento engraçado... um conjunto de números que se organizaram como nunca se haviam organizado... como nunca mais se hão-de organizar...

Passou. Teve importância? Não. Apenas uma curiosidade engraçada mas que me deixou a pensar... Penso naquele sorriso que vi uma vez... naquela pequena troca de olhares que aconteceu... nos risos de amigos enquanto oferecia dois xupa-xupas... na meia dúzia de palavras que me disseram no meio da queima... no olhar fixo e ternurento de um bebé... Momentos que se esvaneceram, cuja duração foi ínfima mas ao mesmo tempo, momentos que ficaram. Momentos que me fizeram sorrir...

Muitas vezes a vida não corre como queremos. Tudo corre mal e por mais que a tentemos mudar não conseguimos, mas são estes momentos... estes pequenos momentos que nos distraem dos problemas... que nos alegram... que nos fazem soltar um sorriso...
Uma vez disseram-me que a felicidade não era contínua, mas feita de pequenos pedaços do dia a dia.

Olho para trás... Afinal, sou feliz.