2008-01-04

Ano novo, vida nova...

... e um bom ano para todos aqueles que ainda se atrevem a vir aqui.
Normalmente, é apenas no fim que se deixam este tipo de frases, mas a coerência do texto leva-me a escreve-la já, sobre pena de me contradizer.
A partir deste ponto não vem nada de útil ou tão pouco de agradável como alguns poderão achar. Eu pelo menos não o acho e em certos pontos pergunto-me se deveria ou não de o partilhar. Simplesmente, têm-me incomodado!

Maddie…
Não fosse o facto de não ser portuguesa e diria que foi um caso como tantos outros em que alguém desaparece em Portugal. Alguém desaparece, os meios de comunicação dão a notícia, as autoridades tomam conta do caso. Dois dias depois ninguém se lembraria… Mas o casal era estrangeiro, as televisões foram prontamente chamadas (por pouco a policia não soube do caso através do telejornal), e o mediatismo em torno deste, cresceu de uma forma tão surpreendente, que até se falou na hipótese de usarem sistemas de vigilância que fazem a nossa privacidade parecer um mito.
Incomodou-me no inicio, quando hora após hora só se falava da Maddie; incomodou-me quando hora após hora só se falava nos pais suspeitos; incomoda-me quando hora após hora não se ouve nada sobre o assunto. Por um lado, é incrível como dispuseram de tantos meios para encontrar alguém e no entanto ainda nos custa largar os 3 cafés diários ou a cerveja tomada com amigos para ajudar todas as outras crianças que vão morrendo à fome. Por outro lado, a maneira como as pessoas mudaram de solidárias para carrascos, como rapidamente arranjaram uma história digna de um filme que miraculosamente explicava todo o caso, faz-me aparecer uma palavra na mente, uma palavra com ‘h’ (brevemente vai começar com ‘i’ pois o ‘h’ como não se lê, vai desaparecer). O caso está agora quase que dado ao esquecimento, mas graças à nossa justiça, temos outros bons casos para comentar à refeição.

Asae, Riaa, e afins…
Começamos por nós, porque o que é nacional é bom. Pelo menos dizia-se assim antigamente pois as ultimas incursões da Asae têm-nos dito o contrário. Afinal as tasquinhas típicas não são boas. A provar estão todas as pessoas que, tendo já entrado e consumido num estabelecimento deste género, foram prontamente para o hospital ou para a farmácia em busca de algo que lhes acalma-se o estômago. Sandes de queijo e presunto sim, desde que cortados em tábuas separadas e preparadas com luvas de látex (pecam por não se terem lembrado das luvas).
Também em grande voga pelo mundo da internet, está a pirataria (leia-se música, filmes, séries, pois do software praticamente ninguém se queixa). Falar se a cópia é boa ou má é o mesmo que discutir se se deve andar sobre a relva nos jardins, ou se temos ou não o direito a gravar programas da Tv. Alias, se bem me recordo, pagamos uma taxa por cada CD/DVD virgem que compramos, para copyrights. Não sei bem de quem, mas se pagamos, pagamos, e o que está pago, está pago. O que me incomoda verdadeiramente é que quem sofre com tudo isto é o cidadão cumpridor. O cidadão que vai ao cinema e leva com anúncios anti-pirataria que caiem no ridículo de equiparar o download de uma música a assaltar uma casa… o cidadão que não pode tocar o CD acabado de comprar no carro porque este tem um mecanismo anti-copia… o cidadão que é obrigado a ver anúncios e traillers de filmes que não interessam sempre que quer ver um DVD na sua própria televisão. Mas somos europeus, e ainda não temos que ouvir (deste caso da Riaa) que fazer uma cópia de um CD de música que compramos para o computador é crime, pois segundo eles uma cópia é uma cópia. Já nem falo no software, mas este também tem dado muitas dores de cabeça a quem o compra, e retirado muitas chatices a quem o obtêm de outras formas...
Por este andar, vai-se tornar mais fácil roubar um CD a alguém do que tira-lo da net. Mas esses casos já não se vão falar, pois as “Asaes” e as “Riaas” deste mundo vão estar contentes. Pergunto-me se os artistas têm a verdadeira consciência e completa visão da equação, quando afirmam que são contra a pirataria e se põem ao lado de uma indústria que faz uso deles como quem faz uso de uma camisa.
Para que fique claro, não sou contra nem a favor da pirataria. Alias, acho que devemos de pagar por aquilo a que damos valor e sem duvida que muita gente merece ser paga por isso. Seja algo fechado, ou algo livre (como o Opensource, ou o Creative Commons), acho que devemos de contribuir por algo que usufruímos. Mas penso também que se é para usufruir, então devemos de usufruir como bem entendemos, sem chatices, sem ver-mos o que não queremos… sem dar o excessivo lucro a quem não tem o mérito.



Para quem aguentou ou simplesmente fez “scroll” a ver quantos tópicos eram (aqui no Word já vai na segunda página), um bom 2008 e que aconteça o que acontecer, que sirva para crescer, para aprender, ou apenas para sorrir.

3 comentários:

Branca de Neve no País das Maravilhas disse...

Realmente que grande texto! Mas, mesmo assim, li tudinho do início ao fim!

Em relação a determinados estabelecimentos não podes negar que há sítios que realmente não têm condições nenhumas para funcionar...

Nem valia a pena estar aqui a deixar-te a minha opinião, pq dá mt trabalho xD e ao contrário de ti, não tenho paciência xD

PS - Depois de ter escrito várias linhas, apaguei-as xD fiquei msm só pelo que não concordo

PS2 - Já nem sei se envie este comment ou não :S parece-me um pouco estúpido, pq não vou ao cerne da questão :S é simplesmente mais um comment foleiro que tem muitas palavras, mas que não diz nada xD

Sara Viana disse...

E dando continuidade, aqui tambem vai um comentário ainda mais foleiro. lol

Obrigada Eins pelos teus votos, tambem te desejo um optimo 2008, com tudo de bom.

"...que sirva para crescer, para aprender, ou apenas para sorrir."

Li todo este post, e gostei. Aprendi com este post, gostei bastante, e realmente isto é tudo uma questão de lógica e justiça. Mas o que nos parece logico, não é o lógico para os ladrões fatiados que por aí andam, ocupantes de um alto status e que desviam, não roubam. Nós temos que pagar por tudo, até por merdas impensaveis, mas há essas pessoas desses status que conseguem sempre dar a voltinha. Merdas impensaveis essas, tipo, a taxa que se paga pelos cd's virgens que se compra. Não tinha conhecimento, fiquei a saber hoje.

Em relação à tasca, comer uns petiscos numa tasca numa localidade, vila ou aldeia, sabe muito melhor do que jantar num restaurante nas zonas urbanas. Vou-te ser sincera, e até és capaz de pensar que eu sou parva ou algo do genero, mas a mim sabe-me melhor um almoço, por exemplo, no meio do mato (tipo piquenique) do que num jardim no meio da cidade. Ainda me lembro dos almoços, tipo piquenique, que fazia com os meus pais e mana, que faziamos no mato em ofir, no qual bastava passar a rua e já estavamos na praia.

Em relação ao caso maddie: já me enjoei de tanto mediatismo, sem ofensa à menina. Para não falar no monte de hipocrisia, mentira e insteresses que tudo isso engloba.

Beijinho Eins, e continua a escrever, porque escreves bem e escreves sobre coisas interessantes e com logica! ;)

Anónimo disse...

Eu ainda me atrevo a vir aqui! Mas como tu só actualizas isto de ano a ano eu fui arranjando outros blogs pra ler!(toma que é pra aprenderes!xD)
Li tudo até ao fim e quanto a Maddie lá está incomoda mas é mais uma daquelas coisas que vai acabar por cair no esquecimento...como aliás é normal.
Quanto às ASAES e Riaas deste mundo....acho bem que haja alguma preocupação com as condições de higiene nos restaurantes mas nem 8 nem 80! Podiam aproveitar tanta preocupação e ir inspeccionar as cantinas das escolas!
As Riaas nomeadamente na área da música acho uma certa piada...eu pagar por um CD e passa-lo para o PC em formato MP3 é crime...está bem está...já agora para quê que serve a opção do MediaPlayer ripar CD? Cada vez aprovo mais a atitude dos Radiohead em por o disco na net pelo preço que cada um quisesses pagar! Pelos visto não ficaram pobres pelo contrário porque o álbum que agora saiu no formato físico continua a vender e é está em primeiro lugar dos tops ingleses e americanos!
Os artistas irão sempre arranjar maneira de sobreviver o que acabará por falir é a indústria tal como a conhecemos e não tenho grande pena. Outra coisa que tema sua piada é os livros terem IVA de 5% porque são cultura e os discos terem IVA de 21%...não são cultura?

Depois de tão grande testamento um bom ano pra ti também!
Ah!E Parabéns com quase um mês de atraso mas parabéns! Eu lembrei-me mas não tive como te dar os parabéns!xD Estou desculpada?