2012-05-05

Numa mesa de café

Encontro-me neste momento num café, de mesas relvadas e paredes a condizer. Com as artimanhas de bits e bytes, e apesar de este texto nunca ser publicado imediatamente após a sua escrita (a ligação ao mundo, por vezes, é demasiado terrena e não perceptível para quem apenas entende de zeros e uns) digamos que as horas, a data, aquilo que matematicamente define um momento, se manterá fiel à origem do mesmo.

O local, apesar de definido, não é importante. Podia ser um café, um restaurante, um jardim ou uma praia, enfim, uma imensidão de sítios, os quais a minha imaginação não quer descrever. A companhia, por outro lado, essa sim, importa...

Não a descrevo, não encontro palavras. O meu forte é a linguagem das máquinas e não a dos homens. Ifs, then, elses, for whiles e afins, pequenos blocos de tijolo deste universo digital (e se “afins” não faz parte, talvez devesse. Justificar-se-ia como after insert e seria mais uma forma de nos confundir a mente quando impomos a nossa forma de pensar). Não, não sei as palavras e nem o dicionário ajuda. Talvez pudesse programar, mas seria apenas uma fraca demonstração daquilo que não sei fazer.

«irrompes o meu pensamento na ânsia de ler as minhas ideias... tem calma. Não forces o processo criativo de sentir a pressão dos pedaços de plástico impresso.»

Sim, este texto é para ti. Persuadiste-me. Obrigaste-me. Descobriste-me... descobri-me. Lembro-me da fraca analogia de seres o meu posto de turismo, de me levares aonde não conhecia, de me mostrares aquilo que tinha para dar... sim, a analogia é fraca, mas a ideia subjacente não.
E se lá fora temos a estação de comboios, aqueles carris imensos que começam e acabam em locais desconhecidos, contigo viajo para fora deles, ultrapasso os limites que me ensinaram, os limites da minha própria imaginação. Não direi aquilo que tanto te digo. Perdeu valor, tornou-se mundano, igual a tantas outras entoações proferidas por tantos outros seres. Mas sabes, e sentes...

...e eu sentirei contigo.