2006-09-30

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Por que lado, por que caminho, tantas opções, tantas escolhas, todas vão dar a sítios diferentes, todas vão dar à mesma questão: O que faço eu aqui?

Desde que tomamos consciência de que existe um “eu” que nos começamos a perguntar quem é este “eu” e que faz ele aqui. Crescemos, vivemos, estudamos, trabalhamos para sermos melhor, para nossa realização pessoal, para nos sentirmos bem, por necessidade, mas a duvida continua a persistir: Que faço eu aqui neste mundo? Porquê é que aqui estou? Qual o sentido de tudo isto?
Estas perguntas intrigaram-me a primeira vez que tive contacto com a filosofia. Nessa altura, estava no 11º, e lembro-me que aquela mulher que ali estava a dar a aula disse-nos, quase que num tom de ironia, que podíamos não estar a ligar para nada do que ela dizia, mas que nos iríamos questionar e a resposta, teríamos que ser nós a encontra-la. Na altura, não entendi bem o que queria ela dizer com isso...

Acredito que tenho uma resposta, acredito na resposta que tenho, mas penso se mesmo assim alguma vez deixarei de me perguntar porque estou aqui… Afinal de contas, não vivemos para sempre e a maneira como agimos irá marcar aqueles que nos conhecem, mas mesmo esses desaparecerão um dia… mesmo os grandes monumentos são efémeros.

Porque estou aqui? Quem nunca se questionou que se questione, quem já se questionou que volte a questionar-se. A resposta será aquilo em que realmente acreditarmos, ainda que possamos levar uma eternidade a descobri-la…

2006-09-14

Penso demais

Existem inúmeras situações para se começar a pensar: quando não se tem nada que fazer (como é o caso neste momento), quando nos deparamos com um problema, quando lemos, vemos ou ouvimos algo, quando temos alguma ideia, quando simplesmente lembramo-nos de pensar...
Anteontem disseram-me algo em que fiquei a pensar. Não foi filósofo, nem sequer alguma ideia, mas simplesmente uma informação sobre algo que se passava. Até aqui nada de especial, mas o tempo em que aquela frase ficou a entoar-me pelos cantos da mente, demasiado tempo para o que tinha ouvido, levou-me a pensar na razão para tal estar a acontecer.

Coincidência ou não, visitei um cantinho azul, que tal como este, vagueia pelos bits e bytes deste emaranhado digital, cujos últimos “posts” me chamaram a atenção. Claro, que sobre o assunto lá descrito (como diria um amigo meu: lamechices), tive que deixar a “piadinha do costume” ou não fosse eu quem sou, mas deixou-me igualmente a pensar... Não foi a solução, mas talvez a resposta para uma equação da qual só tenho uma variável de outras tanto que desconheço...

Não gosto de ficar assim preso a um pensamento que a meu ver não deveria de estar tão latente como está... talvez o saber porquê e não o querer aceitar, talvez o não saber mesmo...


Sinto-me como se caminha-se para a luz ao fundo do túnel... o problema é que as vezes dou por mim parado a olhar para uma das lâmpadas que estão no tecto. Há que retomar a caminhada...

2006-09-08

“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades...

... Muda-se o ser, muda-se a confiança.
Todo o mundo é composto de mudança”
Fernando Pessoa

Vivemos num mundo de mudança e como tal as coisas mudam, não porque exista algo melhor mas porque existe uma necessidade inerente ao ser humano de mudar.
Vendo isto, lá dei algumas asas à imaginação e mudei a imagem que estava aqui. Será melhor que a anterior? Sinceramente não sei e ainda penso se ela se encaixa aqui... Tem algo que me intriga. Talvez a frase acrescentada esteja a mais, mas sem ela fica demasiado vazio. Talvez peça outra frase mas é como se dissesse que as folhas não pertencem às árvores. Muito directa, demasiado filosófica, incompleta com o propósito de deixar a pensar no que encontrar, no que amar... um minuto, um momento, um pedaço de tempo, não interessa o quanto mas que ele simplesmente acontece...

Demasiado comercial... penso se não será isto que ando à procura para definir a minha intriga. Olho para a imagem e parece que fico à espera de ouvir algo e de aparecer já com tudo preto e num cantinho, escondido mas não imperceptível: “Swatch”.
Já são muitos anos a absorver a cultura televisiva... ao fim de meses de anúncios, as influências agarram-nos apesar de não nos apercebermos delas.

Recentemente anda a passar um anúncio de uma seguradora estrangeira que me deixou, não direi estupefacto, mas quase. Vemos um mundo em que tudo muda num curto espaço de tempo... uma loja de roupa transforma-se num restaurante em poucos segundos, os placares mudam num piscar de olhos, os carros movem-se como que pessoas a andar por um passeio... achei o conceito simplesmente fantástico, especialmente o da loja.
E isto faz-me voltar ao princípio do texto... mudança... pergunto-me se este desejo, esta necessidade em mudar as coisas já está em nós ou se veio com esta sociedade sempre em movimento onde parar é apenas uma palavra desprovida de sentido.

O que realmente deveria de fazer intrigar as pessoas nem é o facto de se mudar mas o facto que as mudanças que fazemos seguem uma forma em espiral. Pensamos que mudamos, mas limitamo-nos a fazer algo semelhante ao que já fizemos no passado...